Pages

28 novembro, 2011

Same o', same o'

Olá.

O post de hoje é sobre redes sociais. Não, é sobre religião. Não, é sobre proselitismo e ativismo ideológico. Oras, é sobre todas essas coisas.


Sem me alongar demais antes de abordar esses assuntos, o tema da redação do ENEM esse ano era a falta de trato social de algumas pessoas quando participam – adivinhem – de redes sociais. A proliferação de internet tough guys é muito maior no nosso país hoje. Na minha opinião, um “brinde”  à inclusão digital. Mesmo meu último comentário tendo sido extremamente preconceituoso – coisa que evito nos meus posts – é difícil não associar as duas coisas. Mas para ser justo, existe também um outro fator: A relação inversamente proporcional entre maturidade e entrada no mundo “social virtual”.


As discussões mais sem propósito que eu já fiz parte, onde o nível de insultos mais baixos ocorreram – ad hominem é pouco – envolvem a velha discussão sobre visão cosmológica do mundo. Mas ainda assim, para minha surpresa, os caras mais babacas com quem eu tive o desprazer de tentar argumentar até hoje, compartilham da minha visão cética de mundo.

Isso me traz ao ponto em questão:  Esse post foi criado em razão de um comentário de um amigo meu no Facebook, que reproduzo aqui, com permissão do autor:
“Meio engraçado essa auto-afirmação dos ateus aqui no Facebook. Proselitismo é coisa de religioso, não?”
E é a partir desse ponto, que as opiniões de ambos os lados explodiram, inclusive chegando ao inevitável ponto onde assuntos paralelos ao incialmente abordado vieram à tona. Obviamente, gostaria muito de endereçar meus pensamentos à todas as visões de mundo e do funcionamento do Universo que eu compartilho ou repudio, expressas lá. Mas daí, ninguém leria o post com uma rolagem tão grande.
Inicialmente me dirigindo ao comentário inicial, proselitismo não deve ser uma “exclusividade” de um religioso. Ser militante de qualquer ideologia é um direito, inicialmente. Depois, é um direito exercido por muitas pessoas, nas quais posso me incluir. Parafraseando um dos comentário feitos lá, é difícil para um ateu se declarar “não acreditando” em algo, sem criar um contraponto do que é aquele algo. E eu sou a favor de que enquanto uma linha de raciocínio contrária à minha estiver influenciando a sociedade da qual faço parte e a as decisões de seus dirigentes, é meu dever me opor e justificar essa oposição. E o pensamento religioso desbanca (quando não deveria) o pensamento laico na sociedade brasileira.
Olhando por uma ótica imparcial e conhecendo o autor da frase que gerou o debate, entendo que ele expressou reservas sobre a demonstração gratuita de alguns ateus sobre como deus não faz diferença, não é bom ou não é importante para a vida deles. Eu já fiz isso antes, mas hoje sou a favor da ideia de que isso não só é pouco efetivo, mas também é incômodo para muitas pessoas que discordam, sem necessidade.
Eu sou do tipo que responde “amém” quando alguém me deseja ir com deus. Só o trabalho que eu teria de explicar do porque isso não faz a menor diferença na minha vida acabaria com a produtividade do meu dia e do dia de quem me desejou isso. Para mim, é como quando alguém deseja “boa sorte” e você agradece, quando alguém deseja “bom dia” e você responde o mesmo. Só me reservo o direito de não responder mencionando deus, afinal, não faz parte das minhas crenças pessoais.
Ainda assim, eu tenho uma justificativa (que nem é em defesa dos meus “pares” ateus, visto que muitos deles são definitivamente babacas). Essa justificativa é em contraponto aos comentários cristãos tão comuns em redes sociais e no cotidiano. Importante salientar, que eu já saltei de “teísta” à “cristão”, porque eles são consideravelmente uma maioria no nosso país e na nossa sociedade. As pessoas são lenientes com pregações cristãs, em qualquer âmbito, mesmo virtual. O que acontece é que isso é visto com tanta naturalidade na nossa cultura, que a maioria das pessoas que não compartilha dessa visão, simplesmente a ignora. Todavia, se essa opinião é sobre o quanto o deus dos cristãos não apetece alguém, a chuva de comentários censurando a opinião da pobre pessoa que comentou isso é massivamente maior.
Vi recentemente, uma foto / atualização, onde uma pessoa se deu ao trabalho de dar o print da foto de um perfil do Orkut, para poder ofender um rapaz que criou uma comunidade chamada “Jesus devia ter apanhado mais”. Não só a pessoa deu o print, como montou uma campanha de denúncia no Facebook, para que a comunidade seja excluída. Não nego a minha opinião de que a criação da comunidade por parte do dito cidadão é de mau gosto à muitos. Mas foge do meu escopo pessoal julgar se ela deve ser excluída ou não. É direito constitucional do rapaz expressar suas opiniões. O melhor comentário sobre esse assunto que vi - foi de um ateu - que disse que repudiava a comunidade, uma vez que ele “leu” a mensagem da comunidade como uma apologia à violência. Eu não concordo, mas entendo o ponto. Mas, mesmo o neo nazismo, como ideologia, tem seu direito constitucional de ser expresso. E antes que se abra margem para assuntos paralelos, eu repudio o nazismo e qualquer forma de exclusão e propagação do ódio.
Para finalizar, eu vou citar o mestre GeorgeCarlin, em uma de suas performances, como exemplo: “Você acredita em deus? Não? Kabum (dedo apontando, indicando que deu um tiro. Você acredita em deus? Sim? Que bom. É o mesmo deus que eu acredito? Não? Kabum (mesmo som, mesmo movimento)"
Na condição de comediante, ele precisava fazer o exagero que fizesse caber a piada. Mas ainda assim, esse arquétipo de religioso não deveria funcionar na nossa sociedade atual. E fico feliz em acreditar que ele é uma espécie de arquétipo em extinção. Entretanto, nem o lado oposto (do ateu comunista comedor de criancinha, que pisa na na cabeça das freiras, queima a bíblia e enrola as páginas do Corão para fumar maconha), é necessário ou deveria ser um incômodo. Os dois lados tem gente em vários níveis de “comprometimento”. Tem aqueles que vivem a vida sem pensar nisso, tem aqueles que não suportam ver seu ponto de vista ser contrariado e tem o último grupo, que tenta fazer com que todos vejam que seu ponto de vista é absoluto e correto. Mas, como em toda ideologia, as pessoas que a compartilham não deixaram de ser indivíduos com interesses diferentes.
Valeu pessoal, até a próxima.
 
P.S. – Tiveram dezenas de comentários paralelos sobre como deus pode ser comprovado pela ciência e como algumas teorias científicas que vão contra a existência de deus foram refutadas. Gosto mais ainda de assuntos como esse, mas vão ficar para o próximo post.

28 junho, 2011

Homem com homem, Mulher com mulher

Olá.

Olha eu deixando o pobre blog de lado de novo. Esse negócio de viver de freelance acaba com o sono e o tempo livre da gente. E ainda paga pouco, rs.

Eu tinha prometido para um conhecido cristão que faria um ipsis literis de um email dele à mim, sobre assuntos previamente discutidos no meu blog. Ainda o farei, mas tem um assunto anterior à esse que precisa da minha atenção mais imediata.

No último dia 06, o Supremo Tribunal Federal decidiu por uma maioria considerável de votos conceder o direito de casamento homoafetivo, junto com toda a carga de direitos que uma união estável permitem.

Resposta ao email de um cristão

Recentemente, no post A Ressurreição nesse mesmo blog, eu fiz algumas perguntas aos crentes, relacionadas a justificativa de suas crenças em relação à outras crenças no mundo. O Paulo Jr me enviou esse ótimo email, que reproduzo (conforme prometido à ele) ipsis litiris, para minhas considerações posteriores de resposta. Há uma pequena edição nos links enviados por ele, mas já justifico que criarei posts específicos para cada assunto abordado em seus links, e as autoridades citadas em todas as informações.

19 maio, 2011

Homem com homem, Mulher com mulher [parte II]

Olá.

Antes de começar, meus sinceros agradecimentos ao Caique Bittencourt, que após conhecer o blog através de um amigo, fez um maravilhoso trabalho de divulgação do post anterior à esse, que já é o mais visitado no blog. Meu agradecimentos também aos comentários no facebook em razão do citado post e ao feedback positivo sobre o objetivo do texto.

Eu havia prometido para algumas dessas pessoas que comentaram no FB (pessoas essas que devem comparecer aqui, comentar também), que descreveria uma história relacionada a um dos itens do post anterior. Ela será contada na forma de mini-conto, mas tentei deixar o texto mais fiel possível ao ocorrido de verdade. O nomes foram mudados, para preservar a identidade das pessoas envolvidas, pois não as consultei antes de postar aqui.

28 abril, 2011

As contradições da bíblia

Olá.

Como a minha vontade de manter o blog atualizado é maior que meu tempo, eu vou dar uma "trapaceada" hoje. O vídeo a seguir não foi produzido e nem legendado por mim, mas acho que dentro das discussões com meu amigo Bruno Mota, no post A Ressurreição, ele se encaixa bastante ao tema.

Antes de mais nada, algumas explicações se fazem necessárias:

27 abril, 2011

A melhor retórica de Matt Dillahunty

Olá.

Como fui eu quem fez, editou, adaptou e sincronizou as legendas desse vídeo, gostaria de postá-lo hoje como o meu texto de sempre.

25 abril, 2011

A Ressurreição

Olá.

Esse blog foi iniciado com o objetivo de ser um estudo sobre manutenção e impacto social de blogs. Esse estudo não é realizado nem coordenado por mim, mas sim pelas pessoas que me convidaram a montar o meu. Mas, eu acabei falhando em mantê-lo no ar em uma base diária, que era a intenção original. Como religiosidade (ou a falta dela) é um assunto extremamente pertinente ao estudo, eu precisava voltar com mais frequência.

Recentemente, eu fiz um post off topic no blogbox do camiseteria, que gerou tanto feedback, que eu acho justo manter os assuntos relacionados ao tema religiosidade mais concentrados aqui mesmo. Aliás, se você leitor tiver paciência, esse é o link do post em particular.[o nome do post é Deus...] Uma visita ao site do camiseteria já vale bem a pena também, considerando que tem camisetas muito bacanas lá.